É admirável o esforço que os meios de comunicação estão fazendo para conscientizar a sociedade sobre a importância de proteger as crianças.
Mas, pra ser franca, quando eu era pequena não tinha medo nenhum de bicho-papão, mula-sem-cabeça ou de bruxa malvada.
Quem me aterrorizava era outro tipo de monstro...
Eles atacavam em bando.
Chamavam-se OS OUTROS.
Nada podia ser mais danoso que OS OUTROS.
As crianças acordavam de manhã já pensando neles.
Quer dizer, as crianças não: as mamães.
Era com OS OUTROS que elas nos ameaçavam caso não nos comportássemos direito...
Se não estudássemos, OS OUTROS nos chamariam de burros.
Se não fôssemos amigos de toda a classe, OS OUTROS nos apelidariam de bicho do mato.
Se não emprestássemos nossos brinquedos, OS OUTROS nunca mais brincariam conosco.
E o pior é que as mães não mantinham a lógica do seu pensamento.
'Mas mãe, todo mundo dorme na casa dos amigos??'
Eu lá quero saber DOS OUTROS? Só me interessa você!?
Era de pirar a cabeça de qualquer um.
Não víamos a hora de crescer para nos vermos livres daquela perseguição.
Veio a adolescência, e que desespero: descobrimos que OS OUTROS estavam mais fortes do que nunca, ávidos por liquidar com nossa reputação.
'Você vai na festa com esta calça toda furada?
O que OS OUTROS vão dizer??'
'Filha minha não viaja sozinha com o namorado, não vou deixar que vire comentário na boca DOS OUTROS', dizia a mãe de minha namorada.
Não tinha escapatória: aos poucos fomos descobrindo que OS OUTROS habitavam o planeta inteiro, estavam de olho em todas as nossas ações, prontos para criticar nossas atitudes e ferrar com nossa felicidade.
Hoje eles já não nos assustam tanto.
Passamos por poucas e boas e, no final das contas, a opinião deles não mudou o rumo da nossa história.
Mas ninguém em sã consciência pode se considerar totalmente indiferente a eles.
OS OUTROS ainda dizem horrores de nós.
Ainda têm o poder de nos etiquetar, de nos estigmatizar.
A gente bem que tenta não levá-los a sério, mas sempre que bate uma vontade de entregar os pontos ou de chorar no meio de uma discussão, pensamos:
Não vou dar este gostinho para OS OUTROS...
Está para existir monstro mais funesto do que aquele que poda nossa liberdade.
Obs.: Não dê muita bola para o que OS OUTROS pensam. Isso não fará de você uma pessoa melhor.
Mas escute atento o que o EU dentro de você sussurra a cada ação ou pensamento. Isso pode fazer toda diferença.
(Autor Desconhecido)
2 comentários:
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Eu creio que eu me enquadre como um doa "os outros" da sua vida Vagner, e te digo, esse outro curtiu esse post.
^^
Bom 1º otimo post, estarei colocand trechos no meu face... Vou citar a fonte, e Parabéns!
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